O banco público alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) juntamente com os Governos Estaduais da Bahia e Ceará, incentivaram a construção de sistemas simplificados de abastecimento de água e esgotamento sanitário em localidades rurais, que apresentavam a ausência desses serviços ou a utilização de soluções inadequadas. Assim, em 1983, o Governo do Estado da Bahia executou um projeto denominado Programa Bahia I, por intermédio da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (atual Companhia de Engenharia e Recursos Hídricos da Bahia – CERB) e recurso financeiro do banco KfW, implementando poços profundos e sistemas simplificados de abastecimento de água (distribuição por chafariz) em municípios das regiões de Santa Maria da Vitória (região do Além São Francisco) e de Seabra (região da Chapada Diamantina) e Caetité. Esses sistemas foram repassados, porém não doados, para as associações comunitárias das localidades, que ficariam responsáveis por realizar a operação e manutenção.

No ano de 1994, representantes do banco KfW observaram que existiam problemas na gestão desses sistemas, como a falta de verbas para custeio de manutenção dos sistemas de algumas prefeituras e da CERB, fazendo com que os sistemas se deteriorassem, além da ausência de fundos de reserva nas Associações. Assim, foi pensado em um novo modelo, no qual uma Federação de associações locais realizaria a operação, chegando a prestação de serviço pelo modelo de gestão compartilhada. É nesse ambiente que foi criada no ano de 1995 a Central de Associações Comunitárias para Manutenção de Sistemas de Abastecimento de Água (no ano de 2017 o nome foi alterado para Central de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas de Saneamento) (Central I), fundada na região de Seabra, sendo uma associação “Multicomunitária” que, por intermédio de uma equipe executiva, possibilita uma escala para manutenção, fiscalização da qualidade dos serviços e fluxo financeiro sustentável, garantindo suporte à operação local. Com o apoio do governo estadual por meio da CERB, esse modelo se expandiu para o município de Jacobina, onde foi criada a Central II, em 1998, abrangendo não só os serviços de abastecimento de água, como também de esgotamento sanitário.

Após 25 anos de criação da primeira CENTRAL, o Estado da Bahia incentivou a criação, com sede no município de Caetité, da Central de Associações Comunitárias Caetité (CENTRAL CAETITÉ), no ano de 2020, com recursos do Projeto Bahia Produtiva.